- Fraternidade Agostiniana Leiga
Conheça o conteúdo do Módulo 1 do "WORKSHOP: Agostinho, homem de coração inquieto. Vida e Obra&
Quadro resumitivo da Vida e Obra de Santo Agostinho
Pessoas Influentes na sua Vida:
Sua Família
– Patrício – Pai, pagão. – Sta.Mônica – Mãe, fervorosa cristã. – Navigio – Irmão, morreu jovem. – Perpétua – Irmã, religiosa dos primeiros mosteiros. – Melânia (?) – Mãe de seu filho Adeodato. – Adeodato – Seu filho, morreu jovem.
Seus Companheiros e Amigos
– Alipio – Conterrâneo e discípulo. – Evódio – Membro do grupo em Milão. – Severo – Membro da 1ª comunidade. – Possídio – Autor da 1ª biografia e erudito cristão. – Nebrídio – Discípulo de Agostinho na Itália.
Suas Motivações e Inspirações
– Romaniano – Rico, amigo da família. – Cícero – Poeta latino e autor de “O Hortêncio”. – Fausto – Chefe supremo dos Maniqueus. – Santo Ambrósio – Bispo de Milão. – S. Jerônimo – Grande estudioso e erudito cristão. – Ponticiano – Empregado da Corte Imperial. – Mario Victorino – Filósofo do século IV.
Lugares mais importantes em sua vida:
– TAGASTE – cidade natal – início dos estudos – primeira experiência como professor de gramática – primeiro mosteiro agostiniano.
– MADAURA – educação secundária.
– CARTAGO – estudos superiores: artes liberais e retórica – primeira experiência como professor de retórica – sede de muitos concílios que participou como bispo – fundação de um mosteiro agostiniano.
– ROMA – capital do Império Romano – cátedra de retórica – lugar de repouso depois da morte de sua mãe.
– MILÃO – residência do Imperador – cátedra oficial de retórica no palácio imperial – lugar da sua conversão e batismo.
– ÓSTIA TIBERINA – porto marítimo de Roma – êxtase – morte e sepultura de sua mãe.
– CASSICÍACO – Vila perto de Milão – lugar de seu retiro em companhia de amigos. Antes do batismo escreve vários tratados filosóficos em diálogo.
– HIPONA – Sede diocesana de Agostinho onde foi ordenado Sacerdote e depois Bispo. Fundou três mosteiros; onde morreu e foi sepultado.
Obras
– As Confissões – Autobiografia – Um louvor a Deus. – A Cidade de Deus – A Trindade – Ensaios Filosóficos – Tratados Educacionais e Tratados Bíblicos – Sobre a Vida Religiosa, Dogmáticos e Apologéticos.
[endif]--Principais obras de Santo Agostinho (sinopse) ![endif]--
As Confissões (396-397)
Principal obra, dividida em 13 livros. Trata das histórias da interioridade de Santo Agostinho, dos dilemas de seu coração e de suas retratações. É o genuíno sentido religioso do confessor, como aquele que louva a Deus pelos seus feitos. Não são um mero reconhecimento dos pecados, nem uma declaração, em muitas análises penetrantes da alma, em uma sensação comunicativa, a elevação do sentimento e a profundidade das visões filosóficas. Ao longo dos capítulos, Agostinho narra a sua adolescência e juventude, sua carreira acadêmica, sua estância no maniqueísmo, seu processo pessoal de intimidade com o cristianismo, sua conversão e suas impressões primordiais como católico. Nos livros finais, encontramos os temas filosóficos mais espinhosos, como o problema do tempo e da linguagem.
A Cidade de Deus (411-426)
É a obra que exprime seus escritos sobre ética e política. Escrita durante o período em que Agostinho experimenta a queda de Roma, sob a autoridade de Alarico, mirando o desmembramento do império romano. Encontramos um sistema de classificação das sociedades, ao mesmo tempo em que apresenta as bases da filosofia medieval. Dois aspectos costuram esta obra, a saber: 1) a revelação cristã, e 2) o saque sofrido pela cidade de Roma em 410 pelas tropas de Alarico. Nesse contexto histórico e religioso, Agostinho propôs dividir as organizações humanas segundo a “cidade de Deus” (civitas Dei), dirigida pelo princípio do amor e formada pelas pessoas cuja vontade busca a Deus e suas leis; do outro lado, a “cidade do mundo” (civitas terrena), identificada pela religião e regida pelo amor de si mesmo, composta por pessoas que se distanciam de Deus, seguindo as leis terrenas, do corpo, que impelem ao egoísmo, ao domínio e submissão e ao hedonismo, assemelhando-se à lei do Estado, temporal (civil e laica). No entanto, e esta é uma questão interessante de ser encarada nesta obra, vale a pena compreender em que medida fica sugerida existir uma teoria teocrática no pensamento de Agostinho, uma vez que a compreensão global implica dizer que ambas as cidades coexistem em qualquer sociedade, restando compreender como se dá a passagem de um domínio ao outro.
De Magistro (389)
É a principal obra de caráter pedagógico, apresentando uma conversação de Agostinho com seu filho Adeodato, então com 16 anos, sobre o tema da linguagem. Mestre e discípulo, ambos em plena vitalidade intelectual e cheios de entusiasmo, realizam no diálogo uma espécie de competição dialética com admirável profundidade filosófica: ao longo das perguntas e respostas sobre o falar, o ensinar ou o aprender, é colocado em questão as pretensões da linguagem. No jogo entre palavra e signo, entre a temporalidade humana da comunicação pela fala e a eternidade do significado daquilo que ela almeja expressa, encontramos no De Magistro uma importante contribuição para os estudos da filosofia da linguagem, influenciando não só toda a filosofia medieval, como também a filosofia moderna.
De Trinitate (399-422)
Até os dias de hoje, trata-se de uma das principais obras que fundamenta a crença na Santíssima Trindade de Deus. Como um monumento, herda três aspectos substanciais e que embasam os fundamentos encontrados neste livro: 1) Ao buscar o problema da trindade, sobre como Agostinho herda o problema da eudaimonia da filosofia grega e o repensa à luz da perspectiva cristã; 2) Sobre como, na trindade, considera-se o problema da singularidade da divindade – do Pai, Filho e Espírito Santo em regime de simultaneidade; 3) A terceira parte trata da vida de Agostinho no momento da composição do De Trinitate, revelando como os traços de sua biografia estão a par do desenvolvimento desta obra.
BIBLIOGRAFIA
AGOSTINHO DE HIPONA. Confissões. 6º. Edição. Tradução: Maria Luiza Jardim Amarante. São Paulo, 1984.
Irmãs Agostinianas Missionárias. Cristo foi seu norte. São Paulo, 1983.
ROCHA, Hylton M. Um coração inquieto. Vida de Santo Agostinho narrada para o homem de hoje. São Paulo, 1979.